Zeus tinha conseguido o emprego e estava muito ansioso para o início do ano letivo, era jovem e tinha uma boa recomendação de dentro do conselho de Hogwarts, era algo que não deveria ser subestimado. — Não precisamos ficar o tempo todo juntos, mas não se afastem tanto. Ouviram? — Falou para Apolo e Ártemis, seus primos que eram alunos da Grifinória e estavam indo par ao seu quarto ano. Zeus ficava a vontade quando conhecia pessoas em um novo ambiente para ele, havia uma pressão grande sobre ele. Zeus foi escolhido para cuidar de uma das casas de Hogwarts, mesmo sobre protesto o conselho achou que ele tinha muito potencial. Os Cowen entraram na plataforma juntos e foram para os vagões reservados para a casa. — Eu vou deixar minhas coisas no vagão dos docentes e encontro vocês depois! — Ele falou e foi para o seu vagão destinado deixar seus pertences, ele estava torcendo para não enjoar em uma viagem longa de trem. Arrumou suas coisas na cabine e observou por alguns minutos a movimentação pela janela, haviam tantos pais e alunos que ele mal conseguia focar em um só. Agradecia que seu irmão mais velho não tenha ido despedir eles, pois não aguentaria aquele tipo e cena, não era alguém carinhoso. Quando ele notou que todos já estavam tomando seus lugares e apenas os pais estavam na plataforma, ele saiu dali perambulando pelos corredores até chegar no vagão da Grifinória novamente.

A cabine já tinha bastante alunos e eles não conheciam o novo diretor, Zeus engoliu seco e entrou, não podia mostrar que estava inseguro ainda no expresso. Sorriu para alguns adolescentes sentados perto da porta e foi se sentar perto de onde Apolo e Ártemis estavam. — Parece que o trem já vai sair, eu nem lembrava mais como era viajar nisso.  — Comentou ele puxando um assunto, olhou para uma menina que estava curiosa para saber quem era. — Meu nome é Zeus H. Cowen — Ele respondeu de maneira educada, pensou alguns segundos se seria muita prepotência falar quem era. — Esse ano vamos trabalhar muito juntos e pensei que ficar por aqui para conhecer vocês fosse uma boa ideia. — Ele respondeu a menina sendo mais gentil que o costume, ele iria precisar de muita paciência e empatia se quisesse ser amigável com adolescentes. Além do mais, ele iria precisar aguentar barulho coisa que na sua casa proibia aos adolescentes quando ele fazia alguma atividade. Era por isso que os gêmeos Cowen estavam com um sorriso no rosto encarando ele, Zeus deu uma leve revirada nos olhos. No entanto desviou a atenção para a janela quando o trem começou a andar, era a hora de irem para a segunda casa deles pelos próximos meses, Hogwarts.

Off: Interação aberto com alunos da Grifinória e quem mais quiser

Eu mal podia acreditar que Zeus estava indo para Hogwarts também, por muito tempo eu e meu irmão fomos os únicos Cowen em Hogwarts. Eu gostava de não ser vigiada o tempo todo, Zeus estava indo não apenas como docente e sim como diretor da minha casa. Eu gritei quando soube e quis gritar mais ainda quando descobri que ele não estava muito feliz, meu tio Altas tinha obrigado ele a fazer isso junto a meu primo Hades. Eu só vinha para a Inglaterra para pegar o expresso e ir para Hogwarts, ainda morávamos na Grécia com minha família e não queria me mudar. Deveria estar sendo uma mudança e tanto para os dois, ainda nem tive a chance de perguntar os motivos por detrás disso. Havia aprendido a não questionar os mais velhos da minha família, principalmente o tio Altas, ele me dava medo algumas vezes. Apolo e eu ainda estávamos sendo iniciados nas tradições familiares, era algo estranho e assustador fazer parte das cerimonias da família. No entanto, eu tinha muito orgulho de nossas origens, eu só não ficava comentando nossas tradições para todas as pessoas, havia cautela em tudo que fazíamos. – Nervoso? Não vamos deixar você sozinho, não é Apolo? – Ria da maneira que Zeus se portava, ele estava mais nervoso do que demonstrava, mas todo mudança gerava desconforto e eu sabia bem isso. Para aprender inglês eu levei um bom tempo e tive muita dificuldade no meu primeiro ano em Hogwarts, por sorte Apolo dominava o inglês e me ajudou bastante nos trabalhos. Eu amava meu gêmeo, mas sempre tinha dias que eu queria matar ele por me levar a loucura. – Esqueço como esse expresso cheira bem... – Fui irônica ao falar aquilo, porque na plataforma era uma mistura de perfumes com a fumaça que me deixava nauseada, a cada ano aquilo só piorava.

Seguimos juntos para o expresso, mas Zeus foi para o vagão dos professores antes de ir para a Grifinória. – Ele está tão nervoso que chega a ser fofo...só um pouco! – Comentei com meu irmão, todos sabíamos como nosso primo era um tanto estressadinho. Seguimos para o vagão da casa guardando nossos malões, corri para pegar o lugar perto da janela puxando Apolo pela cintura. – Perdeu o lugar! – Ria do meu irmão, mas eu certamente trocaria de lugar com ele antes de escurecer, todo ano era igual. Olhei ao redor tentando localizar rostos conhecidos, acenei para uma menina loira do nosso ano. Era bom ter pessoas conhecidas sentando perto uma da outra, cutuquei Apolo para ajudar ela com o malão alegando que ele era um cavalheiro. Com uma carranca para mim ele foi ajudar a Grifinória que sentou-se perto de nós. – Amicia, certo? Como foram as férias? – puxei assunto, ouvir outros era algo que eu gostava de fazer mais do que falar. Eles sempre tinham histórias interessantes, pontos de vista diferentes, ideologias e tudo isso me fascinava. Eu não era uma fanática em acreditar que tudo que eu fui ensinada era a única verdade no mundo. Minha mãe falava que essa minha curiosidade sobre as coisas deveria ter me levado para a casa da Corvinal, mas eu discordava dela achando que sempre teria mais características dos leões. Eu também tive medo de não ficar onde meu gêmeo estava, éramos próximos desde sempre e me sentia desprotegida longe dele. – Nossas férias foram de muito sol e praia. Nada fora do normal! – Respondi.

Poucos minutos depois Zeus apareceu no vagão, eu observei ele e acenei para ele se juntar a nós. Não sabia bem o que ele faria para se aproximar dos alunos, mas eu não me meteria nisso. Amicia até quis saber quem ele era, fiquei apenas vendo o que ele falaria. – Somos primos na verdade, ainda não sei se ter alguém mais velho da família na escola é uma coisa boa ou ruim, o que acham? – Queria ouvir o que eles tinham para falar, eu realmente não sabia o que esperar daquele letivo, mas desejava que fosse tão bom quanto os anteriores. Não, eu esperava que ele fosse melhor. O expresso começou a se mexer e olhei animada para a janela, os pais acenavam e eu acabei acenando de volta, mas não tinha ninguém da minha família ali. Zeus era o único responsável por nós até o letivo acabar, isso era outra coisa que eu não sabia o que esperar. – Estou curiosa se teremos baile esse ano, ou alguma novidade do corpo docente. Não ouviu nada de interessante Jullie? – Direcionei a pergunta para uma aluna mais velha, em geral eles sabiam de mais coisas, até porque eu só chegava na Inglaterra poucos dias antes do expresso. Embora eu fosse mais calada eu estava me achando muito comunicativa naquele dia, talvez fosse a ansiedade de estar voltando para Hogwarts.

Off: Citando: Amicia, Apolo, Jullie, Zeus. Aberta a interações

Ele lançou um olhar curioso na direção da prima mais nova que parecia querer chamar todos para sentarem perto, ele não tinha ideia do que falar com aqueles alunos. Sim, ele estava intimidado com a função que foi imposta a ele, era apenas um jovem bruxo que virou alvo de apostas. Ele pensava que isso era um castigo dos deuses, pois ele sempre gostou de atenção e dizer como era melhor que seu irmão Hades, apesar de ser o mais jovem. Mas ele realmente não queria nenhuma posição de destaque. No entanto, a ideia de ficar perto dos primos mais jovens era justamente aquele, atrair atenção dos alunos para que vissem ele como alguém que pudessem falar com sinceridade. Se tinha uma coisa que ele aprendeu com um pai autoritário era que não queria ser como Atlas H. Cowen, um chefe e não um líder. Chefes mandavam e desmandavam a vontade, as ordens vinham sempre de cima para baixo e outros não tinham voz ou vez. Mas um líder era alguém que conhecia seus liderados e trabalhava com a melhor qualidade de cada um, além de ouvir e fazer, ele não apenas mandava, ele fazia junto. Ouviu sobre as férias dos alunos, sobre baile que poderia ou não ter e sobre se ele seria algo bom para a vida dos primos. Abriu um sorriso com a fala de uma menina loira que Ártemis chamou de Jullie, ele tentava gravar nome e rosto dos demais. — Espero que tenha um baile, gosto de dançar! — Ele falou, mas não gostava de dançar porque as danças gregas eram bem agitadas regradas de música e pratos quebrados. Ele só queria fazer parte do assunto.

— Parente ou não, certamente será punida se sair da linha pequena Ártemis!  — Soltou uma piscadela para a menina, ele não era de ficar pegando no pé de ninguém, mas ele também sabia ser responsável quanto queria. — No entanto, não faz meu estilo ficar pegando no pé de alguém, o que Dimitri não vê, Dimitri não sente! — Falou sobre o diretor, em seguida caiu na gargalhada, ele era um daqueles grifinórios que se metia em confusão na escola. — Brincadeira, não vamos exagerar tanto assim! — Completou para não ficar conhecido como um diretor que liberava todas as traquinagens, mas acreditava que quanto mais presos adolescentes ficavam com mais fogo eles resistiam e tentavam deliberadamente quebrar regras. Pelo menos com ele era assim, nunca foi bom com as regras do pai e para não ter tantos problemas em casa ele geralmente fazia o que Atlas ordenava. Foi ideia do pai dele o mandar para ser docente, para mudar-se para Inglaterra e todo o resto, no fundo ele ainda era um adolescente tentando sair do julgo de seu pai. — Eu estudei em Hogwarts também, pela casa Grifinória. Mas faz anos que não volto, o que tem de novo e o que mudou? — Questionou os alunos sobre isso, era para manter o foco da conversa vivo.

Off: Interação aberto com alunos da Grifinória e quem mais quiser

Ida à Hogwarts!

Quando fiquei sabendo que Zeus viria conosco no próximo ano quase pulei da cadeira lá em Atenas. Era assustador ter um familiar não-aluno dentro de Hogwarts, ainda mais seu primo que não gostava muito de crianças. A maior culpa era do tio Atlas, sempre quis que o homem trabalhasse em Hogwarts, sendo que Zeus não gostava. Eu estava cansado da viagem da Grécia até Londres, por isso os apressei para que entrássemos no trem o mais rápido possível. Vi como Zeus estava muito nervoso, olhei para Ártemis e vi que dava sorrisinho quando perguntava se ele estava nervoso. – Nunquinha Temis, vamos ficar coladinho no nosso priminho nervoso! Falei sorrindo, apesar de saber que seria difícil para ele se acostumar primeiramente com o clima, e também com o jeito do pessoal norte europeu. Entramos no expresso, Zeus apresentou os tickets e falou para que nos cuidássemos, por isso concordei. Como nosso único responsável ali, ele parecia sentir-se na obrigação de cuidar de nós dois, por esse motivo vivia perguntando se estávamos bem e etc. Entrei no vagão da Grifinória, nos dirigimos a um banco e sentei ali com Ártemis. Mas antes guardei nossas malas no bagageiro, eu era mais alto e tinha facilidade com aquilo. Depois de guardar tudo no lugar correto, sentei-me ao lado de Temis, que estava na janela. – Merda! Ela sempre ficava na janela, mas eu a convencia a trocar de lugar. Olhei pela janela, observando todos os parentes dos alunos acenando. Nós não tínhamos ninguém na plataforma, morávamos longe de Londres e nossos familiares não gostavam muito de viajar. Ártemis me cutucou e apontou para uma garota loira e bonita, que estava com dificuldades em guardar sua bagagem. Levantei-me de prontidão e caminhei até ela. – Posso? Perguntei, quando ela aceitou guardei seu malão e voltei ao meu lugar ao lado da minha irmã. Outra garota já estava ali, explicando como tinha sido as férias de Verão. Ártemis explicou sobre como tínhamos ido de férias, o que me fez lembrar dos dias em que íamos a praia, tentar se refrescar. A Grécia é realmente um país incrível!

Quando Zeus apareceu no vagão achei que ele iria fazer os discursos que os professores sempre fazem no início de ano, mas nada. Sorriu e se dirigiu até o nosso banco, ficando eu, Ártemis e ele juntos. A garota perguntou sobre as novidades daquele ano, Jullie explicou algumas coisas que me deixaram bem intrigado. – Fazia tempo que não tínhamos uma mudança tão drástica no corpo docente, apenas espero que os docentes sejam melhores do que os do ano passado! Os professores do ano passado eram pessoas irritantes, e que gostavam de mandar tarefa dobrada para nós alunos. Zeus comentou sobre como gostava de dançar, ele realmente arrasava na pista de dança por isso falei em como tinha habilidade. Eu não gostava muito, sempre tive dificuldade em aprender os passos e gravá-los. – Da última vez que participei do baile da escola não fora uma experiência tão divertida... A verdade era que eu era muito desastrado, e quase peguei uma detenção quando tropecei e quebrei um vaso de flores do baile. O trem começou a andar, vi todos dando tchauzinhos e também acenei, já que não faria mal a ninguém. Zeus falou que não iria pegar tanto no nosso pé, desde que não saíssemos da linha. Dei risada quando fez um trocadilho, eu e Ártemis não éramos anjinhos. – Foram poucas as mudanças, ano passado trocaram de coordenador, o de agora é bem mais divertido. Ah, e o conselho vai frequentemente em Hogwarts, ainda não sei porque! Cocei a cabeça em sinal de dúvida, eu não tinha tantas informações ainda, já que estávamos apenas no início do ano letivo.  

Off: Interagindo com Ártemis, Jullie, Zeus e Amicia.

Eu sentia que todas as atenções foram para meu primo, não era comum ter professores por ali, eu gostava de ar de curiosidade que despertavam nas pessoas. Jullie falou sobre o baile e como o quadro de docentes tinha mudado bastante, eu esperava que fosse uma mudança boa. – Espero que tenha alguma festa, talvez um luau na floresta. Seria bem divertido! – Falei, nunca tinha festas fora do castelo por motivos de segurança, uma festa na floresta proibida era triplamente impossível. No entanto, eu geralmente tinha esse tipo de ideia, era um cenário divertido de imaginar e como seria perigoso. – Aparentemente o conselho de Hogwarts tem ideias para esse ano letivo, o fato de estarem monitorando a escola não parece suspeito? – Aquela era eu iniciando mais uma de minha teorias da conspiração. Era certo que nosso querido diretor Dimitri era uma pessoa misteriosa, diziam que suspeito de alguns eventos envolvendo o seu passado. Não duvidaria que alguém de índole duvidosa levantasse suspeitas com o conselho, mas para ele continuar como diretor deveria ter aceitado essas trocas de professores. Jullie falou de sua irmã mais velha, eu não gostaria de nada parecido com aquilo acontecendo conosco. Olhei para Zeus esperando que ele falasse alguma coisa, pois até Amicia falou que ele poderia sim pegar no nosso pé. Zeus tinha umas respostas prontas para essas coisas e respondeu, abri um sorriso com isso porque eu sabia que ele não iria implicar tanto. Ele só não deixaria que Apolo ou eu fizesse coisas exageradas que pudesse prejudicar ele no seu cargo. Além disso falou sobre o diretor e ri mais alto com isso. – Que horror Zeus, mas errado não tá! – se ninguém soubesse de nada ninguém seria punido, era um pensamento distorcido típico de adolescentes para quebrar regras. Mas falando assim até parecia que eu era uma menina travessa, obviamente que meus pais eram tão severos quanto tio Atlas poderia ser com Zeus. Odiaria ser punida por me divertir.

Zeus queria saber sobre as mudanças de Hogwarts. – O que tem novo? Você obviamente, deve ser o diretor mais novo que eu já vi. – Comentei sorrindo, ele tinha falado sobre o conselho e com Apolo falando também eu me perguntava o que tinha por detrás dessa história. O conselho aprovou tão rápido o nome de alguém tão jovem, o que Zeus poderia fazer? Eu não iria o interrogar na frente dos outros alunos, mas eu perguntaria mais tarde. Outros alunos começaram a participar da conversa e fiquei mais na minha, olhando para fora da janela a paisagem já tinha mudado para algo mais natural. – Eu espero que esse ano possamos ganhar a copa das casas ou a copa de quadribol, ainda não sei qual seria melhor. – Falei animada e me ajeitei ao lado de Apolo deitando no ombro dele, vim da Grécia era uma viagem muito cansativa e o mexer do trem me deixava sonolenta. – Queria fazer teste para o time esse ano, não sei se consigo! – Eu tinha treinado no ano passado, mas não cheguei a entrar no time principal, apenas treinava com eles e esperava que fosse o suficiente naquele ano.

Off: Citando: Amicia, Apolo, Jullie, Zeus. Aberta a interações

Os pais de Kael estavam sempre ocupados demais para fazer qualquer coisa com ele, mais um ano e seu avô quem ia com ele para a Estação de King Cross. – Ano que vem eu já poderei vim sozinho vô, não se preocupe eu sou um jovem extremamente responsável.– Sorriu mostrando uma fileira de dentes perfeitamente brancos e alinhados, passou a mão pelo cabelo jogando sempre para trás, ele usava casaco e luvas para esconder as tantas tatuagens que tinha feito naquelas férias. Algumas pessoas podiam associar elas a artes das trevas, mas ele só as associava a arte! Seu avô tinha quase a mesma altura de Kael que estava com 1,75 de altura, eles eram uma família de pessoas altas e ainda assim ele tinha muito para crescer. O jovem carregava consigo o diário do avô sobre um clube secreto dos Grifinórios, ele estava com a ideia de tornar aquele ano inesquecível para a sua casa, embora ainda não tivesse todos os detalhes, precisava de mais pessoas para colocar tudo em prática. A ansiedade fazia ele querer andar mais rápido, mas era impedido pelo Sr. Eaton que falava para ele não ser tão agitado. ‘As coisas seguem o seu próprio tempo, não cabe a nós tentar mudar o fluxo disso’, eram as palavras que Sr. Eaton falava sempre como se fosse um ditado antigo. Kael tentou se controlar ao caminhar ao lado do homem, com postura boa e olhar vago, era como eles se misturavam com os trouxas que percorriam a estação. Sr. Eaton passou para Kael uma bolsa pequena, era o dinheiro para ele gastar no trem e no vilarejo, mais do que recebeu no ano anterior. Ele guardou com cuidado e pegou o ticket com a boca para o desgosto do homem mais velho. Soltando um risinho ele atravessou a parede de pedra que era a entrada para a plataforma de Hogwarts.

Do outro lado o jovem pegou o ticket com a mão enquanto empurrava seu carrinho com as bagagens. A sua coruja das torres piava alto com o som do trem, era o primeiro aviso para o embarque, tinham chegado atrasados. – Droga, os melhores lugares devem ter sido ocupados. Vem vô! – Acenou ele para o senhor que estava olhando para os lados como se esperasse encontrar alguém. Kael despachava suas bagagens e coruja rapidamente, olhou para o homem de cabelos grisalhos que tinha os mesmos olhos que ele. – Escove os dentes, troque a roupa de baixo, coma legumes, não faça cara feia para os funcionários, tire boas notas, não abuse da sorte, seja gentil. – Ele imitava a voz do avô e o discurso que ele faria para Kael se ele permitisse isso. Sr. Eaton riu alto e puxou o neto para um abraço apertado, Kael retribuiu o abraço, eles se davam muito bem porque foi Sr. Eaton quem cuidou dele, os pais de Kael o viam anualmente. – Eu sei de tudo isso, não fique tão preocupado olha a idade! – Brincou ele uma última vez antes de entregar o bilhete e subir no trem, ele tinha uma sensação boa sobre aquele ano. Seguiu para o vagão de sua casa pedindo licença ao passar por grupos grandes de alunos, ele sempre achava uma idiotice tentar conversar com os amigos antes do trem partir. Todos sabiam que uma vez que ele estivesse em movimento as coisas iriam ficar bem mais calmas para andar de um lado para o outro. Abriu a porta do grande vagão sem cabines olhando para quem estava ali, algumas meninas do quinto ano sentadas juntas, ele não iria se aproximar delas ainda. Havia um adulto ali que ele nunca viu e outros alunos que já viu uma vez. Caminhou para um lugar vazio acomodando-se. – Ah, não se incomodem comigo podem seguir conversando! – Falou de maneira leve, estava apenas observando quem tinha o potencial para ser um legado de Godric Griffyndor.

Ele estava até surpreso em gostar de falar com aquele bando de adolescentes, eles eram sinceros como adultos não eram. Observava os gestos de cada um como o pai o ensinou para ler melhor as pessoas, haviam pessoas que se conheciam sentadas perto uma da outra, alguns alunos mais calados que se mantinham longe do grupo grande. Ouviu sobre como o conselho parecia intervir bem em Hogwarts, nesse ponto Zeus se mexeu desconfortavelmente em seu lugar. Olhou para Ártemis querendo fulminar a menina por lembrar sobre o quão novo ele era, parecia que tinha uma placa na cara dele sobre isso. Zeus tinha pensado em deixar sua barba crescer, mas aquilo incomodava muito ele e não queria mudar para satisfazer ninguém. Ele cresceu com as pessoas fazendo o que ele queria e não o contrário. — Obrigado por ficar lembrando disso o tempo todo! — Falou de maneira irônica para a prima mais nova. Ele ficava pensando sobre o que o conselho falou com ele, queriam que ele ficasse de olho do diretor, sim, Zeus era um informante de um dos conselheiros para tentar investigar o diretor atual e por isso deram para ele um cargo alto mesmo sem experiência. Ele sabia que era coisa de seu pai, talvez Altas tenha dado certeza de Zeus poderia lidar com o cargo e toda a pressão que estavam sobre ele. — Festas de adolescentes? Isso tem bebida? — Ele quis saber, depois lembrou que não deveria incentivar essas coisas e completou sua fala. — O que não pode! — Em seguida ele riu alto cruzando os braços e encostando a costa no acento.

As meninas falavam sobre quadribol, era algo que ele não sabia jogar muito bem, mas no tempo de aula ele jogou como apanhador durante um ano antes de sair porque voar de vassoura era algo chato para ele. Zeus era elementista e sabia voar sem vassoura, mas não era algo que ele saia falando para todos, seu pai também o orientou a não demostrar isso em público por não confiar nas pessoas. — Quanto a isso, vou acompanhar o time, eu joguei por um ano como apanhador. Como tem sido as vitórias da casa nesses anos? Se ganharem no quadribol eu faço uma festa com tudo que pedirem para mim. Quem topa?  — Era o jeito que ele sabia de incentivar os jovens. — Mas não espalhem isso por enquanto, ou podem tentar nos barrar, vamos agir como leões rodeando sua presa, eles não fazem barulho até pularem sobre sua presa. Assim seremos, discretos e letais! — Soltou uma piscadela para as meninas, e foi quando um outro menino entrou falando como se fosse alguém importante. Zeus esperou para ver a reação das meninas porque não o conhecia, mas quando menino se dirigiu a ele Zeus soltou uma gargalhada. — Sim, sou um aluno transferido de Durmstrang, falaram que precisavam de uma aluno bonito, forte e corajoso para ganharem no quadribol e eu vim, por um preço razoável. — Ele falou brincando também, Zeus tinha uma personalidade debochada e ácida quando queria. — Pelo Olimpo não, mas estou numa função tão maçante quanto a de um aluno. Sou o novo diretor da casa! — Ele completou falando pela primeira vez sua função. — Aliás, podem falar o nome de vocês de novo? Alguém com fome? — Ele ficou em pé, esperou o nome de cada aluno antes de sair dali para o vagão restaurante.

Off: Interação aberto com alunos da Grifinória e quem mais quiser

O que mais me deixava animada era o fato de começar o ano bem, estar no vagão da minha casa tendo uma conversa bacana. Eu já podia entrar no clima de Hogwarts novamente, era tão diferente do lugar de onde morávamos, tinha alunos de culturas bem diferentes. – Eu ainda não sei, mas estava pensando em ser batedora ou artilheira, preciso testar e saber qual é minha melhor posição! – Comentei com Jullie, eu andava treinando em casa, mas o esporte não era tão incentivado assim pela minha família. Zeus começou a fazer aquele papel de diretor que incentiva os alunos, ele falou sobre conseguir pontos sem causar um escândalo. Eu concordava com ele no sentido de irmos devagar, sem comprar brigas desnecessárias. – Concordo, vamos com tudo e com classe! Eu não fui uma boa aluna no passado, mas o passado é passado! – Falei animada, isso era mais o meu lado prima falando mesmo, queria mostrar que ele não estaria sozinho. Apolo também parecia animado, mesmo que ele não tivesse tanto interesse no quadribol sabia que seria um ótimo aluno como eu. Talvez o que precisássemos era apenas de um incentivo, ter alguém de casa próximo a nós era algo positivo por esse lado. Depois que Tomás chegou falando coisas engraçadas eu apenas escutei com um sorriso nos lábios.  Zeus teve uma ideia engraçada ao falar que era um aluno repetente e eu ri alto com isso, obviamente ele era brincalhão e tinha um humor mais negro que eu não gostaria que ele mostrasse ainda.

– Vou comer algo também, depois trocar de roupa, apesar de faltar horas, eu estou bem ansiosa. – Comentei com eles saindo do colo do meu irmão. O resto da viagem seguiu sem maiores empecilhos, tivemos algumas brincadeiras de perguntas e respostas e falamos mais das férias. O que mais eu gostava de falar era sobre o parque da família e de ouvir histórias engraçadas dos outros alunos. Depois de um certo tempo troquei de roupa em uma cabine privada e ao anoitecer estávamos todos devidamente vestidos para a cerimônia de abertura de Hogwarts. Ao lado do meu irmão deixamos o vagão.

A caminho de Hogwarts

Postagem atemporal

Credits to Lux

Grifinória é a melhor!

Minha barriga doía de tanto rir das piadas que Amanda contava no vagão da Grifinória, ela relembrava algumas aulas com uma professora muito engraçada. ― Nossa aquela mulher era doida! ― Comentei limpando o rosto, notei que era tarde e eu precisava trocar de roupa, por isso voltei para onde minha mala estava. Troquei a roupa ali mesmo com ajuda de umas meninas que vigiavam a porta do vagão, uma blusa amarela clara e uma saia xadrez escura. Coloquei meu cabelo num rabo de cavalo e passei um batom mais escuro nos lábios. Quando estava pronta para sair dali Apolo apareceu no corredor com alguns doces que deveria ter acabado de comprar. Por isso peguei um pirulito da sua mão rapidamente. ― Você se distrai tão fácil! ― Ri sem deixar ela pegar de volta o pirulito dele, encostava na parede do vagão eu não tinha para onde fugir, mas coloquei minhas mãos nas costas escondida dele. ― Não seja egoísta, é só um pirulito! ― Comentei rindo muito, eu estava adorando aquela proximidade toda, podia sentir o hálito dele. No final ele deixou o doce comigo, por isso eu fiquei na ponta do pé beijando a bochecha dele. ― Você é um amor! ― Falei de forma irônica.

Meia hora de viagem e ele já não aguentava ficar sentado. Ficou em pé e foi para o corredor da cabine que estava, pensou que talvez ficar ali fosse o ajudar a continuar sã no trem. Era realmente difícil para ele ficar por muitas horas em um trem, não gostava de lugares apertados porque lhe davam uma sensação de sufoco. Mas o corredor era tão movimentando com pessoas indo e vindo e aqueles corpos muito próximos um do outro, ele mal conseguiu ficar quinze minutos ali e voltou para a cabine. Jogou-se no sofá novamente bufando, o jeito era colocar o cachecol na cabeça e tentar cochilar um pouco, assim as horas passavam mais rápido.

Partindo de Hogwarts!

Apolo já havia entrado no trem e estava ansioso para partir para casa. Sabia que os dias em que voltavam para a Grécia eram os piores, pois a viajem era muito cansativa. Não conseguia dormir, por isso saiu da cabine em que estava e caminhou pelos corredores, sem nada para fazer. Sabia que não podia fazer aquilo, por isso quando viu um monitor indo até ele rapidamente caminhou para a moça com o carrinho de doces. – Eu quero um pirulito, um pacote de sapinhos de chocolates e uma garrafa de suco de abóbora! – Desviou do monitor por pouco, pegando as suas coisas e voltando para a cabine depois de ter pagado. Abriu a porta e viu Scarlet com uma roupa diferente. – Poxa, perdi o show! – Deu um sorrisinho e sentou-se ao lado da garota. A grifina rapidamente pegou a pirulito da mão dele, que a fulminou. – Me dá! – Sempre odiou quando outras pessoas pegavam na sua comida, mas Scarlet parecia não querer largar. Como não queria devolver, ele aproximou-se e ficou perto do rosto da grifina, tentando alcançar sua mão. Percebeu em como sua boca era bonita e rosada. – Ah, pode ficar. – Desistiu, colocando o restante dos doces na mesa. Apolo ficou corado quando sentiu o beijo na bochecha, voltando-se para ela e dando um sorrisinho. – Sou mesmo! – Sorriu, comendo suas coisas.