As férias finalmente haviam chegado. O sol era naturalmente raro, mas durante aquela manhã, pairou os raios sobre os fios loiros - ou ruivos? - de Magnus. Não se lembrava mais da suavidade da cama, dos fofos edredons, do seu travesseiro cinza com o cheiro de seu próprio perfume e nem do calor que era encostar o rosto em seus velhos bichinhos de pelúcia. Era o paraíso para o aluno que havia acabado de chegar em casa para dar abraços nos pais. Tanta falta sentiu de casa que nas primeiras semanas que chegou, ficou grudado a realizar atividades em família - rir, jogar jogos de tabuleiro, falar da jornada em Hogwarts. Os sonos eram, também, mais gostosos e aproveitantes. Um período que facilitava o controle sobre as assombrações viventes dentro do coração; tampouco importava em pensar em amores e frustrações em um momento que era só dele. E assim fazia, sem ter ciência do quanto estava amadurecendo como o homem que se tornava e como bruxo que crescia.

O reflexo do sol o dá a chance de reagir com um fraco e magnânimo bocejo. Fora da escola e do ambiente estudantil integral e super estressante, as emoções eram mais fáceis de ser controladas e sua habilidade - herdada do pai - era menos visível. - Um dia de sono em casa e já me sinto bem, quem diria, em - ele anunciou, as palavras saíam graves, fracas e roucas. Coçou o rosto e foi ao banheiro cumprir o que ninguém podia por ele e, após uma longa lavada nas mãos e rosto, sentou na escrivaninha continuando a escrever o próximo livro que queria que fosse lançado pela editora do Hospital. Era triste, mas Magnus por pouco desejava continuar estagiando no local junto ao setor do pai, ele sentia que sua vida precisava de rumos um pouco mais aventureiros enquanto ainda podia gozar da juventude. Mas de nada se perdia o conhecimento; ele ficara nos livros que escrevia. Um deles, já postado, orgulhava do seu senso criativo de escritor junto a vice-diretora do local de trabalho - que o ajudou no processo de conhecer melhor o lado editorial e um dom que, até então, era-lhe escondido.

A pena mergulhou-se na tinta e a escrita começava. Dali, longas dolorosas horas de dedicação o tirariam do sério por um bem maior.

Um bem maior... era isso que o motivava.