Do lado de fora da sala de aula, Maxon aguardava o horário de saída de seu primogênito, enquanto lia uma revista sobre artigos esportivos de quadribol. Há tempos não praticava alguns lances, dada a chegada da vida adulta e suas complicações. Não era o seu dia de guarda, mas Alanis precisaria fazer uma viagem para cuidar de suas particularidades. Para o francês, ficar com o filho fora dos dias equivalentes ao seu calendário era um imenso prazer, e lá estava ele, sentado e com toda a paciência do mundo para ter o pequeno rapazote por perto. Um pequeno programa havia sido feito em sua mente, para aproveitarem um pouco do dia antes de destinar o pequeno Wainwright para algumas obrigações regidas sob a linhagem sanguínea.

Aulas de etiqueta, linguagem e artes para acostumá-lo de cedo aos padrões internacionais de sociedade, comportamento e aprendizado. Tudo, é claro, regido por uma mentoria qualificada para a idade de Matteo, sem a oferta de riscos proeminentes de forçar um crescimento antes da época. Tudo o que Maxon queria, era que o filho tivesse o mínimo de dificuldades acerca de sua evolução. Aprender a falar outras línguas, como se portar devidamente e conhecer outros tipos de afazeres eram sempre opções viáveis para qualquer público. Naquele dia, no entanto, pretendia levá-lo para tomar sorvete e quem sabe, conhecer os coleguinhas de sala do filho.

Maxon ergueu o filho assim que se tornou possível. Os braços protegeram o pequeno num abraço forte, saudoso, muito embora não fizesse mais do que alguns dias desde que estiveram juntos. Para o Wainwright mais velho, cada segundo longe de seu primogênito era difícil. Alanis não tinha dedo na causa, era flexível e gentil, fazia todo o possível para amenizar os sintomas do francês, e o entendia perfeitamente, já que se sentia da mesma forma quando Matteo estava longe. — Sua mama está perfeitamente bem, mon petit. Ela precisou viajar com urgência, então você vai ficar comigo por dois dias. Tudo bem para você? — Ainda que não fosse propriamente uma escolha, Maxon gostava de ouvir a opinião do filho à respeito do que lhe envolvia diretamente. 

O homem acreditava que tal forma de incluí-lo nas decisões acerca do ocorrido poderiam ajudar a construir uma personalidade responsável. — Antes de irmos, vou falar com sua professora. Explicar que hoje e amanhã sou eu que virei buscá-lo. — Já com o filho de volta ao chão, Maxon segurou a mãozinha e o levou para dentro da sala de aula, e após alguns minutos, tudo estava acordado entre os adultos. — Pronto. O que você quer fazer agora? — Questionou, olhando-o com um sorriso largo.

Um sorriso ladino surgiu nos lábios do francês, que prontamente atenderia ao desejo do filho. Precisava somente se recordar onde poderia encontrar uma sorveteria em Hogsmeade, já que ainda estava se habituando ao arruado inglês. As alamedas eram extensas, muitos pontos comerciais abarcados nas proximidades, nomes criativos e entradas radiantes. Era muita informação para atrelar à mente de uma só vez. — Claro. Vamos? — Com o pequeno, se retirou da instituição de ensino para seguirem rumo ao destino final. A sorveteria.